O LGMH, Laboratório de Genética Molecular Humana, é um laboratório de pesquisa cientÃfica do departamento de Genética da Universidade Federal do Paraná (UFPR). O LGMH está localizado no terceiro andar do departamento de Genética, que fica no Setor de Ciências Biológicas, no Centro Politécnico, localizado no bairro Jardim das Américas, em Curitiba/PR.
O LGMH foi fundado pela professora Maria Luiza Petzl Erler em 1988. Na década de 1980, iniciava-se a utilização de técnicas de análise de DNA na área de genética humana em todo o mundo. Neste contexto, iniciaram-se também as atividades do LGMH, mais precisamente no ano de 1988, após o retorno da Professora Maria Luiza Petzl-Erler da Universidade Ludwig-Maximilian em Munique, Alemanha. Naquela mesma universidade, a Profa. Luiza havia concluÃdo o doutorado em 1983, sob supervisão do Dr. Ekkehard D. Albert. Poucos anos depois, em 1989, realizou outro estágio pós-doutoral no Laboratório do Professor Hugh McDevitt na Universidade de Stanford na Califórnia, EUA. Os primeiros projetos do LGMH eram dedicados a compreender as causas evolutivas e as consequências funcionais do polimorfismo excepcional dos genes HLA. Esses genes são bastante conhecidos pelo seu efeito na histocompatibilidade, ou seja, na rejeição de transplantes, se houver incompatibilidade de HLA entre receptor e doador do órgão ou tecido. Sua grande diversidade é intrigante. Os genes HLA ditos “clássicos” são os mais polimórficos do genoma humano. Isso significa que há inúmeros alelos em cada loco e que nenhum deles apresenta frequência muito elevada na população. Consequentemente, pessoas que não são estreitamente relacionadas geneticamente, como irmãos, raramente são idênticas para HLA. SaÃmos em busca da descrição da diversidade de HLA em populações, para interpretação das causas evolutivas dessa impressionante diversidade. Assim, o primeiro grande projeto de pesquisa do LGMH foi a análise de genes HLA em populações indÃgenas. Desse projeto resultaram vários trabalhos, dos quais os mais importantes levaram a proposta de um modelo elaborado em conjunto com o grupo de pesquisas do Professor Peter Parham da Universidade de Stanford e conhecido como turnover de alelos, que considera o efeito da mutação, seleção e deriva genética e a coevolução com parasitas, para o estabelecimento e manutenção da diversidade populacional de HLA. Posteriormente, estendemos os estudos de microevolução a outros genes. Ao inÃcio da década de 1980 já investigávamos também doenças autoimunes e infecciosas, em busca do componente genético de susceptibilidade a essas doenças, que são multifatoriais em sua origem e patogênese.
Durante os 35 anos do LGMH foram realizados, pela nossa equipe e em colaboração com pesquisadores no Brasil e no exterior, muitos trabalhos de pesquisa em busca de genes de susceptibilidade a doenças autoimunes e infecciosas, além dos estudos de genética de populações. São investigadas variantes em sequências reguladoras e codificadoras e os nÃveis de expressão gênica.
Grande importância sempre foi dada a formação de recursos humanos qualificados e estudantes de graduação, mestrado e doutorado participaram dos trabalhos desde a fundação do LGMH. Presentemente a maioria desses profissionais atua em pesquisa e ensino superior, na indústria e na área de saúde.
Atualmente também integram o grupo as professoras Angelica Beate Winter Boldt, Karin Braun Prado, Danielle Malheiros Ferreira e Marcia Holsbach Beltrame.